Siga-nos nas redes

País

Organizações católicas pedem “salários justos” para superar a pobreza

Publicado

em

Sete organizações católicas reivindicam “salários justos contra a pobreza” num manifesto hoje apresentado e que apela à mobilização das empresas, da sociedade e das autoridades políticas para se alcançar este “desígnio prioritário” para o país.

“Verificamos como o salário que recebem muitos trabalhadores portugueses não lhes permite, a eles e suas famílias, superar uma situação de pobreza enquanto privação de recursos necessários a uma vida condigna no contexto social atual”, refere o documento apresentado na conferência anual da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), que decorreu hoje em Lisboa.

(continue a ler o artigo a seguir)


Emissão em direto da Fama Rádio e Televisão também disponível na Smart tv da sua casa. Instale grátis!



O manifesto é subscrito pela Ação Católica Rural, Associação Cristã de Empresários e Gestores, Cáritas Portuguesa, Comissão Nacional Justiça e Paz, Juventude Operária Católica, Liga Operária Católica — Movimento dos Trabalhadores Cristãos e Movimento Católico de Profissionais.

Baseadas na doutrina social da Igreja, as organizações subscritoras salientam que em Portugal se verificam situações de pobreza num “grande número de trabalhadores que auferem o salário mínimo, sendo que o salário médio também não se distancia muito deste”.

“Mudar esta realidade o mais rapidamente possível deverá ser um objetivo prioritário que mobilize as empresas, a sociedade civil e as autoridades políticas”, defende o manifesto, ao salientar que a situação de baixos salários “coexiste com outros muito elevados, gerando acentuadas desigualdades” sociais.

Após considerar que “são de aplaudir todos os esforços e políticas” que evitem essas desigualdades salariais, as organizações católicas preconizam ainda uma aposta na formação profissional dos trabalhadores, mas alertam para a importância de remunerar justamente trabalhadores considerados menos qualificados.

“O contexto de pandemia que vivemos nos últimos anos veio recordar-nos a indispensável função social de profissões habitualmente mal remuneradas”, sublinha o documento, ao apontar os exemplos do trabalho agrícola, da limpeza urbana, do apoio doméstico, dos cuidados de saúde e a idosos, da ação educativa, do comércio e da restauração.

O manifesto reforça também que os “baixos valores” protocolados pelo Estado com as instituições de solidariedade social levam à manutenção de níveis baixos de remuneração dos seus trabalhadores e ao não reconhecimento da relevância social das suas funções.

Além disso, as organizações salientam que, em muitas destas profissões, por não haver mão-de-obra disponível no país, se recorre a trabalhadores imigrantes, “por vezes através de subcontratações que não garantem os seus direitos fundamentais”.

Os signatários reconhecem que a valorização dos salários dos trabalhadores está relacionada com o aumento da produtividade, mas sublinham que passa também pela decisão de repartição dos rendimentos, da atribuição objetiva de uma maior parcela desses rendimentos aos do trabalho.

Neste documento, as sete organizações manifestam o seu empenho em fazer a sua parte para que se concretize o “desígnio nacional prioritário” de fazer com que “aqueles que trabalham possam ter salários que permitam superar a pobreza e promover a realização integral de cada pessoa e de cada família”.

Mais de 50% dos trabalhadores receberam salários inferiores a 1.000 euros em 2022, uma percentagem que sobe para 65% no caso dos jovens com menos de 30 anos, segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social recentemente divulgados.

De acordo com o documento elaborado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, apresentado na Concertação Social, no ano passado 56% dos trabalhadores em Portugal recebiam um salário inferior a 1.000 euros, uma percentagem que compara com 72% em 2015.

No caso dos jovens, 65% recebiam abaixo de 1.000 euros, em 2022, face a 84% em 2015.

O salário médio dos trabalhadores com remuneração declarada à Segurança Social era no ano passado de 1.269,34 euros, superior em 29% ao valor de 2015, enquanto para os jovens (até 30 anos), o salário médio era de 1.037,57 euros, mais 40% em comparação com 2015.

PARTILHE ESTE ARTIGO:
Publicidade Publicidade

LER JORNAL

pub

Artigos Recentes

Famalicãohá 10 horas

Famalicão: Encontro “Profissional de Primeira” oferece promove ensino profissional para jovens

O Auditório da CESPU em Famalicão recebe, na próxima segunda-feira o encontro “Profissional de Primeira”, dedicado aos jovens em situação...

Famalicãohá 12 horas

Famalicão: Quinta-feira será de sol mas chuva pode fazer fazer uma surpresa

Famalicão espera, esta quinta-feira 25 de Abril, um dia com probabilidade de chuva ligeira entre as 13:00 e as 15:00,...

Famalicãohá 12 horas

Famalicão: Cortejo Académico trouxe a irreverência estudantil às ruas da cidade

A irreverência estudantil saiu, esta quarta-feira, às ruas da cidade de Famalicão, com a realização do tradicional Cortejo Académico. O...

Famalicãohá 13 horas

Famalicão: Motociclista ferido após despiste em Joane

Uma pessoa ficou ferida, na tarde desta quarta-feira, na sequência do despiste de um motociclo na Rua do Rio Pele,...

Famalicãohá 14 horas

Famalicão: Carla Chambel e Isabela Valadeiro na apresentação da nova edição do festival de cinema Ymotion

Famalicão recebe, este sábado na Casa da Juventude, os atores Isabela Valadeiro, Carla Chambel, João Amaral e Lucas Dutra e...

Desportohá 14 horas

Famalicão e Calendário recebem desafio APGS Trail este domingo

Famalicão recebe, este domingo 28 de abril, o desafio APGS Trail, realizado pela Associação Portuguesa para Gestão da Sinistralidade Laboral,...

Famalicãohá 15 horas

Famalicão: Futebol Clube de Landim celebra 81 anos com Complexo Desportivo renovado

O Futebol Clube de Landim celebra 81 anos no dia 28 de abril, momento escolhido para a apresentação das obras...

Famalicãohá 16 horas

Famalicão: Casa das Artes apresenta peça “A Tragédia de Aristides Inhassoro” nos 50 anos do 25 de abril

A Casa das Artes de Famalicão apresenta, entre 25 e 27 de abril o espetáculo de teatro “A Tragédia de...

Famalicãohá 16 horas

Cantora famalicense Patrícia Costa colabora com os Gaiteiros de Bravães para criar música de homenagem aos 50 anos do 25 de abril (vídeo)

A coletivo dos Gaiteiros de Bravães convidou a cantora famalicense Patrícia Costa, as Cantadeiras de Bravães e o projeto PHOLE...

Famalicãohá 17 horas

Famalicão: Ruivães celebra procissão em honra de Nossa Senhora de Fátima a 01 de maio

Ruivães celebra, no dia 01 de maio, a Procissão em Honra a Nossa Senhora de Fátima, um evento promovido pelo...

Arquivo

Mais Vistos