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Seca: Agricultores e pastores do Norte dizem estar a viver “situação gritante”

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 O diretor da Associação dos Agricultores e Pastores do Norte (APT), João Morais, afirmou hoje que os associados estão a viver uma “situação gritante” devido à falta de água na região, cujos distritos atingiram níveis de seca severa e extrema. 

“Estamos numa situação gritante (…) Em fevereiro estávamos com uma seca meteorológica, mas atualmente estamos numa seca hidrológica porque há muita falta de água nos solos”, afirmou João Morais. 

(continue a ler o artigo a seguir)


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O diretor da APT adiantou que a escassez de água está a impactar tanto as culturas de inverno, como o caso dos fenos que não se desenvolveram o suficiente, como as culturas de primavera e verão, dando o exemplo de alguns agricultores na zona de Boticas, no distrito de Vila Real, que apostaram na produção de milho face ao embargo dos cereais provenientes da Ucrânia, mas que o mesmo está “com fraco desenvolvimento”. 

“Este ano vai ser muito complicado”, salientou João Morais, dizendo que, à semelhança das culturas anuais, também as culturas permanentes estão a padecer do mesmo mal, como na zona de Vila Pouca de Aguiar, também no distrito de Vila Real, onde alguns agricultores plantaram castanheiros que “agora estão a secar por falta de água”. 

João Morais detalhou ainda que alguns produtores já colocam a hipótese de vender o seu rebanho, uma vez que “o ‘stock’ de feno que tinham para o próximo inverno já foi consumido neste pela falta de pasto devido à falta de água no solo”. 

“Primeiro está a alimentação humana e só depois a alimentação dos animais”, lembrou o diretor da APT, que acredita que muitos produtores pecuários “vão desistir” e, se não o fizerem, “vão acabar por vender os animais”. 

A par da seca, João Morais afirmou que também “a guerra na Ucrânia veio desgraçar” os produtores agrícolas e pecuários, dando o exemplo do preço de uma tonelada de milho em grão, que antes da invasão da Rússia rondava os 180 e 200 euros e agora custa 500 euros.

Lembrando que os associados que apostaram na produção de milho “arriscaram”, mesmo face o aumento do preço do gasóleo agrícola, João Morais salientou que “ou entra rapidamente milho e outros cereais no país, ou vamos sentir os efeitos da oferta e da procura”. 

“Estamos a chegar a um ponto em que a chuva faria milagres”, considerou, destacando que da parte do Governo “chegam promessas” para combater os efeitos da seca, “prometem-se milhões”, mas que ainda nada chegou “ao bolso dos agricultores”. 

“Também não quer dizer que isso seja uma solução, mas pode atenuar. O Governo pode sempre fazer melhor. Não é o Governo que vai trazer a chuva, mas há políticas que podem ser tomadas para minorar tudo isto”, afirmou.

Ainda que não acredita, João Morais e os associados esperam “por uma boa nova” ou que “o S. Pedro e a Santa Bárbara enviem muita água e pouca trovoada”.

Na terça-feira, Vanda Pires, do Departamento de Clima e Alterações Climáticas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), disse que os distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto atingiram níveis de seca severa e Vila Real e Bragança de seca extrema.

Depois de “praticamente toda a região” registar no final de maio o nível de seca severa, a equipa do IPMA voltou, em 15 de junho, a calcular o nível de gravidade, de acordo com a escala utilizada, que categoriza a seca como fraca, moderada, severa ou extrema. 

“Temos os distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto em seca severa e os distritos de Vila Real e Bragança em seca extrema”, disse, dando nota de que este é um “agravamento bastante significativo”. 

A responsável adiantou ainda que “as notícias não são animadoras” quanto à previsão de ocorrência de chuva para os próximos dias, apesar de para esta semana estar prevista “alguma precipitação” para o litoral Norte e Centro.

Quanto aos restantes meses de verão (julho e agosto), Vanda Pires afirmou que os modelos de previsão para a precipitação apontam para um verão “dentro da normalidade”, até porque a ocorrência de chuva é baixa.

“Esperemos é que em setembro e outubro, no início do novo ano agrícola, realmente voltem as chuvas e que a situação melhore, caso contrário teremos uma situação muito complicada”, destacou. 

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