País
Covid-19: Antes dos restaurantes temos de “salvar os portugueses”
O coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos, Filipe Froes, afirmou, em entrevista à SIC Notícias que a fase “crítica” da pandemia ainda não chegou a Portugal.
“Não estamos na fase crítica. Isto vai continuar a subir. Estamos numa fase ascendente da segunda onda que não sabemos quando acaba, onde acaba e como acaba, temos de começar a fazer um esforço enorme para tentar achatar a curva”, explica.
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Filipe Froes defende que a prioridade, no momento, será a adoção de medidas “claras e uniformes, para esmagar a curva”.
E embora se tenham de salvar restaurantes e hotéis, “temos de salvar os portugueses, porque sem portugueses, não há atividade”, sublinha.
“Devíamos estar a pensar em medidas para a possibilidade dos 10 mil casos diários e 100 óbitos por dia e, provavelmente, mais de 500 internamentos em cuidados intensivos. Isto é uma situação de quase rutura do Serviço Nacional de Saúde”.
Para o coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos “chegámos aqui porque desvalorizamos, provavelmente, a pandemia, não tirámos as devidas ilações da primeira onda e não tivemos capacidade de interpretar os sinais que foram aparecendo em agosto, setembro e sobretudo no início de outubro”.
“Não tivemos capacidade de ler o que estava a acontecer, planeámos mal, não nos antecipamos, e agora estamos em plena segunda onda com uma diferença: o outono vai a meio e o inverno ainda não chegou”, reforça antes de finalizar, apontando que “a segunda onda só chegou mais cedo para quem estava que chegasse mais tarde”, conclui.